domingo, 26 de dezembro de 2010

O cheiro da nova estação

Como de costume, sempre tem o último post do ano do blog (seja ele qual for). E em 2010 não teria como ser diferente. Sem nenhuma dose de exagero – muito comum a este que vos escreve – nunca cheguei na última semana de um ano, certo de que tudo valeu a pena. Apenas com 20 anos, posso dizer que já passei por muita coisa nessa vida. Uma dose de experiência me faz perceber que tudo serve para o nosso crescimento, ainda que seja imperceptível. O dia 31 de dezembro sempre representou para mim, o momento de agradecer a Deus por mais um ciclo que se encerra, e de pedir para que o ano seguinte seja infinitamente melhor que o que passou. Fiz isso em 2009. Pela primeira vez deu certo.

Acho linda essa coisa de em um dia, o mundo todo parar, refletir as suas ações, desejar o bem a si mesmo e ao próximo, pular sete ondas, se vestir de branco, levar flores para Iemanjá, agradecer a Deus onde quer que esteja. Rituais que renovam as esperanças da melhoria. Bons pensamentos sempre são válidos.

2010 foi um de realizações de diversos sonhos, e outros desejos. Vi Moraes Moreira cantando Pombo Correio no carnaval. Por mais engraçado que possa parecer, sonhava com isso. Sem um centavo no bolso, tive um carnaval lindo, graças às amigas e primas que me fizeram sentir um orgulho imenso de ser quem eu sou. Entrei na minha faculdade de jornalismo (depois de uma crise existencial infeliz), e conheci pessoas geniais. Consegui um estágio maravilhoso, sai, e entrei em outro também maravilhoso. Vi um show de Los Hermanos – um dos melhores momentos de 2010 – e um show de Scambo. Conheci São Paulo, e também Caco Barcellos. Ganhei um autógrafo dele, e ele me pediu um. Tremi insuportavelmente. Vi meus pais e meu irmão felizes, sem as dores que nos atormentaram por tantos anos. Começamos uma caminhada à vitória. Superei alguns medos, e estou no caminho de acabar com outros. Estive perto de quem me faz bem, me afastei de quem não faz. Ou de quem eu não sei se faz. Se eu lembrar de mais, posto aqui.

Não sei se o nome é felicidade ainda, mas é muito bom. Felicidade é algo como estar pleno né? De 2011 isso não passa. Realizei várias coisas, e têm tantas ainda pra serem realizadas. E serão. O que importa é não parar: nem de caminhar, nem de ter fé.

Li em um texto de despedida, e acho válido passar adiante (e adaptado): “Feliz dois mil e onze. Luz e sorte. Amor. ‘Te desejo amor de verdade’, li certa feita, e não era pra mim, mas eu abracei e falo ao céu azul aspergindo para o mundo todo. Super destino para todos.! Que o meu paraíso esteja sempre florido e perfumado e feliz. Que sejamos todos assim!”.

É isso. Super destino, e super 2011. Sempre sinto saudade, e isso me faz sentir vivo. Mas enquanto vivemos, temos a eternidade. Uma das vantagens de ser jovem é acreditar nisso. O infinito é realmente um dos deuses mais lindos.

O que eu espero de 2011? A colheita do que foi plantado em 2010. Luz, amor, encontros. Plenitude sem fulminação, citando Clarice. Que tudo se realize no ano que vai nascer. Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação.

E que esse vento não deixe de soprar inspiração. Para todos.

A mesma pessoa do texto de despedida falou: “Que tal se aceitássemos que amar é uma sorte que pode durar a vida inteira sim!, e sem menos importância pode durar um dia. Do que estamos atrás? Se satisfação ou verdade? Há um beijo que vale mais que uma noite. Há uma noite que vale mais que um mês, há um mês que vale mais que uma vida. E tudo bem, o jackpot, é que dure uma vida, se o encantamento , maior do que o simples devanear, dure realmente uma vida. Curta como é a vida. Simples como deve ser. Acabo de me esvaziar, e me tornar simples ao falar de tudo isso. Findo em me encontrar de novo. Torno a encontrar a simplicidade que esvazia os bolsos e a mente. O que procuramos parece ser simples como ouvir eu te amo e acreditar. O que preenche o coração são verdades que não conseguem deixar dúvidas. E que os olhos sejam sempre cláusula maior.

...e que sempre saibamos ler os olhos”.

Amor e plenitude a todos.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nada novo.

Sonhei com você. Não há nenhum segredo ou surpresa nisso. Mas eu sonhei com você. Não sei o que isso pode significar, além do fato de que você ainda anda aqui por dentro. É o preço que se paga por ser intenso. Sentir demais, amar demais: um drama quase fatal, verdade.

Mas se apegue aos fatos: ainda visita os meus sonhos, na anormalidade da duração desse amor chato, atualmente apático, e resistente. Já devia ter ido embora. Mas visita o meu sonho, e se não fosse esse cansaço que me arrebata, eu bem que poderia enxergar o sarcasmo que você carrega no olhar, como quem sabe o mal que está me fazendo. No entanto, sorri.

Sorri em meu sonho. Um sorriso irônico, convidativo.

Eu acordo só para tirar o seu gosto de saber que eu ainda sonho com você. Mas sua presença é capaz de trazer calor e vida aonde quer que esteja. Inclusive em meu sonho.

Posso me embriagar agora, e cair nesse chão em um sono tão profundo, que me impeça de sonhar. Mas eu sei, você não se contentaria com isso, e viria com o sorriso mais filho da puta entre todos os sorrisos que você sabe dar.

A culpa não vai ser minha se eu não resistir. Mais uma pra conta do destino. “Se eu me embriagar, posso acordar com uma ressaca suficientemente grande ao ponto de me fazer te odiar”, falo à sua presença constante nessa casa.

Sorrimos, sem precisar explicitar a conclusão: nada me faz te odiar. E então eu durmo. E sonho com você.