sábado, 19 de fevereiro de 2011

um tantinho

E quem foi que disse que vai ser fácil continuar seguindo em paz? Talvez eu pinte por ai, umas quatro ou cinco vezes. Talvez eu faça um drama terrível e te implore pra ficar. Mas eu também vou me curar. Me curar, entendeu? Feito amor-doença que nos deixa mal, de cama, sem fome, com frio. Não deu, e nem é segredo. Não dessa vez, e talvez não nessa vida.

Caço as mínimas possibilidades de amor, que nunca passam de possibilidades. Se um dia passar disso, eu te falo. Porque eu não quero te esquecer, e nem que você suma. Isso pode doer ainda mais. E também não quero que você se cure muito rápido, e nem antes de mim. Deixe doer um tantinho, e vamos sofrer juntos? Eu daqui, você daí.

No mínimo, sairemos (ins)pirados.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

de resto, eu sou seu.

Falam tanto do quanto a vida é curta, que eu tenho medo de não viver tudo o que eu (sei que) tenho pra viver. Todo mundo tem desse medo, né?

Desejo viver um grande amor num outono europeu, e sofrer por um grande amor em Paris, em algum apartamento pouco iluminado, com vista para um dia cinza de inverno, enquanto assisto as pessoas passarem em seus pequenos suicídios individuais, de quem não se permite contemplar coisa alguma, e seguem por obrigação.

Quanto tempo já faz desde a última vez? A minha cabeça está tomada pela razão, mas de resto eu sou seu. Em qualquer lugar eu sou seu, e não aprendi a deixar de ser. Tenho tentado, e repito: falam tanto do quanto a vida é curta, que eu tenho medo de não viver tudo o que eu (sei que) tenho pra viver. Todo mundo tem desse medo, né?

Você não! Você é forte – mais que eu. Mas eu ainda tenho os planos. O grande amor no outono europeu, o sofrer de amor em Paris, e tanta, tanta coisa.

Por enquanto, eu fico aqui. Mas fico com os sonhos e os planos. E você, entrego ao tempo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Com samba, sem amor.

Deixe eu te contar: nada vai restar disso aqui. Essa sala vai morrer aos poucos, assim que começar a ser vaga lembrança. Essa cama também não vai sobreviver. Tudo se esvai sem dó. Nem a força vai restar. Talvez os sonhos. Ao menos em mim, eles parecem imortais. Cansei de lutar contra. Sorri, segui, e estou seguindo.

O samba vai permanecer, o amor não. E isso não é segredo, meu amor. A música se perpetua na eternidade, só pra massacrar.

“Você e suas visões pessimistas sobre tudo”, você dirá. Mas esse pessimismo se abraçou com a realidade, e agora... E agora acabou! Com samba, sem amor. Porque o samba é a tristeza que balança.



Ao som de Samba e Amor.