sábado, 16 de janeiro de 2010

Com tons fortes e vibrantes de amarelo e azul.



Acendo um cigarro, e lembro. Na minha memória, posso lembrar de qualquer coisa. Mas escolhi lembrar o meu jardim de infância, enquanto me divido ouvindo Patrick Swayze sussurrando She’s Like The Wind, ou Raul Midón me (en)cantando Waited All My Life, e Vinicius, em meu Samba de Prelúdio. E Vinicius sempre me traz essas lembranças. Mas isso não te interessa. Apenas as minhas lembranças de uma criança no seu (temido e feliz) jardim de infância.

Certa vez, naquela escolinha de paredes coloridas, jardins coloridos e bem regados, e pessoas amáveis, a idéia do exercício era bem divertida. Desenhar e colorir, elementos que representavam cada estação. Eu não gostava de desenhar, mas colorir sempre foi o meu forte. O que eu quero te dizer, é que eu devo ter sido enganado. Eu sempre colori o meu verão, com tons fortes e vibrantes de amarelo e azul. Um céu azul forte e vibrante. Um Sol amarelo forte e vibrante. É que hoje, meu amor, é o décimo sexto dia do primeiro mês do ano. Um sábado de janeiro, que em situações normais de existência, deveria estar colorido com esses tons que a minha lembrança torna tão feliz.

Mas não esta. Eu poderia supor que o meu vazio e cinza internos, ganharam força e vitalidade tamanha, que foi capaz de se tornarem físicos, nesse pouco de frio que faz, e nesse tom cinza que cobre o ambiente em que eu estou sozinho. Eu poderia supor, se eu acreditasse nisso. E o meu sábado de verão feliz e colorido, se esvaiu como você. Foi levado para um lugar distante em que você esteja, e que certamente, é um horizonte estampado com o meu Sol e céu vibrantes. Que você roubou, assim como o ar, as roupas, a sanidade, o pudor. E o amor-próprio.

Acho que o que me resta, é banhar-me nesse mar de lembranças quase fétidas e loucas, enquanto tudo se embrulha aqui dentro de mim, onde eu te abriguei.

Que o meu Sol volte amanhã. Que o meu céu seja cada vez mais azul. Que você não se perca, não se esqueça do seu abrigo. Que os meus pés sejam guiados à paz.



3 comentários:

  1. Ouxe, eu não comentei? haha
    ESCREVER PRA CARALHO!

    Essa sua tristeza com vontade de passado. Faz bem pra refletir o futuro!

    Você é foda!

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  2. Arrepiou...
    quero ver e ler mais e mais!! bjs querido.

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  3. Os pés sempre sabem recomeçar, não é mesmo? Fazem o caminho inverso, sempre que é preciso sentir-se em casa novamente. Um volta ao lar, com gosto de saudade, e de aconchego também.
    O Jardim de Infância é o lugar que sempre fica guardado. É lá que são feitas as primeiras impressões. É de lá que também roubamos o arco-íris, e por vezes, é lá o primeiro amor.

    Que o amor nunca nos falte, ele é o colorido da vida.

    Lindo!

    Beijos.

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