quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O cheiro da nova estação [2]





Depois de anos de paisagem decorada apenas por nuvens negras, a calmaria de 2010 trouxe a sensação de que algo, finalmente, havia começado a mudar. No final do ano agradeci e desejei que 2011 fosse tão bom quanto. Em sua infinita bondade, Deus me deu mais do que o que eu pedi.

Se uma palavra tivesse que definir 2011, seria intensidade. Imagino que seja rara a oportunidade de, em um único ano, mudar mais do que em todos os anos anteriores de sua vida. E digo oportunidade porque foram mudanças positivas. 2011 me trouxe diversos presentes. Reafirmei a sensação de alegria e segurança de ser amado incondicionalmente por uma família acolhedora em um lar com cheiro de paz. Os problemas não acabaram, mas entendemos que com amor e serenidade, as coisas se tornam menores. Relendo o post de 2010 encontrei isso: "Vi meus pais e meu irmão felizes, sem as dores que nos atormentaram por tantos anos. Começamos uma caminhada à vitória". Em 2011 continuamos essa caminhada.

Quem não me acrescentava permiti que fosse embora, mas sem apagar da memória as coisas boas que eles deixaram. Reafirmei amizades. Conheci pessoas que serão para a vida toda. Me apaixonei mais pelo meu curso e pelas amizades e oportunidades que ele me trouxe. Tomei meu primeiro porre na companhia dessas pessoas que serão para a vida toda - e aconselho a todos fazerem isso um dia, sem nenhum centímetro de culpa. Perdi entes queridos, mas sou abençoado por tê-los tido. Perdi noites em trocas de gargalhadas. Dormi pouco e vivi mais do que antes (é por isso meu sono eterno, gente). Me privei de outras por lembrar que o sono é sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de viver, assim como me aconselhou Beto Guedes. Ganhei um afilhado e um primo. Me calei sorrindo diante de uma família bagunceira e barulhenta, que só me traz felicidade por ser um deles. Assumi quem eu sou e senti orgulho e amor imensos. Descobri que meu pai ainda é um super-herói. E também minha mãe e meu irmão. Sorri com Mariana e Fátima. Tive uma trilha que me traz boas lembranças. Continuei amando e odiando na mesma intensidade Paloma e Larissa. Mudei de estágios. Me desliguei do mundo em Subauma, e trouxe lembranças incríveis. Me apaixonei pelos filmes. Tive crises de identidade. Chorei de saudade. Sorri de alívio. Tive orgulho de mim.

Abracei Larieta e no mesmo pacote Amanda e Moreira. Troquei aula pela fonte/graminha/chopp no shopping com Kirk, Eduardo, Nati, Aninha, Emile, Márcio, Ricardo, Thiago, Cutinho e Matheus. E ganhei eles. Ah, preciso ser justo e dar nomes aos bois: Kirk, Nati, Eduardo, Emile e Aninha me fizeram entender que eu devo me orgulhar de quem eu sou, e foram (talvez os mais) importantes para todas essas mudanças.

E tantas outras coisas e pessoas que fizeram de 2011 o melhor ano de minha vida(sem desmerecer a beleza de 2010) e que depois eu vou me odiar por não tê-los citado aqui. Graças a vocês, esse ano me garantiu mil histórias para contar para os meus netos (se é que eu vou ter).
E tudo isso só foi possível porque hoje, mais do que nunca, entendo o que Gonzaguinha quis dizer em Eu apenas queria que você soubesse: Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta que hoje eu me gosto muito mais, porque me entendo muito mais também. E que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora. É se respeitar na sua força e fé e se olhar bem fundo, até o dedão do pé!

Que 2012 seja de colhetas positivas, porque assim foram as coisas plantadas. E que, ainda citando Gonzaguinha (mas em outra música), possamos entender que a gente nasce todo dia pra viver melhor. O cheiro da nova estação vindo no vento é doce, calmo e acolhedor. E que assim seja. Como li certa vez - de uma pessoa que eu tive a sorte de reencontrar em 2011 - SUPER DESTINO A TODOS!


Para Lucas Andrade, Alan Gomes, Bianca Alves, Lilian Almeida, Iolanda Silveira, Larissa Gomes, Paloma Barreto, Jéssica Gomes, Márcia Gondim, Marcos Gondim e Silvio Cabral, alguns da melhor família do mundo!

Para Victor Villarpando, Iva Carvalho, Fernanda Mattos, Lidiane, Cris Félix e Simone, pelo apoio e oportunidades concedidas, e Marcela Oliva, Lula, Klebão, Gisele, Carol e Isabela por fazerem do trabalho sinônimo de diversão.

Para Ana Cláudia Grilo, Jamile Santos, Ana Carina, Juliana Almeida, Camila Paranhos, Izabele Baraúna, Jéssica Melo, Jaqueline Souza, Lara Alencar, Berkciara, Sleiman Hage, Taís Araújo, Lilian Pimentel, Mariana Carvalho, Maíra Barbosa, Thiago Duarte, Matheus Santana, Bela Amado, Indiara Barreto, Thais Vianna, Carol Souza, Marthiele Dias, Maysa Villar, Aliny Lima, Mariana Ferreira, Fátima Mendes, uns mais ausentes, outros mais presentes, mas sei que só vieram as melhores energias e compartilharam comigo os melhores momentos.

E para Ana Clarissa, Eduardo Souza, Emile Lira, Kirk Moreno, Natascha Dim, Márcio Liolly, Ricardo Santiago, Amanda Oliveira, Larissa Fontes, Leonardo Moreira, Orlando Brazão, Rafael Macêdo e Renato Carvalho por terem feito a palavra de 2011 ter sido "intensidade".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conto jogado fora

(Para ler ao som de Evaporar - Little Joy)


Amor então,
também acaba?
Não que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

(Leminski)


Quando vi que era pouco pra mim, cai fora. Não houve promessa. Sequer história. Mas houve desejo, sonho, amor, saudade. Houve você, e também eu. E planos, muitos. Que morriam nos sonos frustrados pelo nada que acontecia, pela falta de coragem dos meus olhos, sedentos de gritar os seus. E emudeciam. Como se calando, conseguisse guardar num relicário de lembranças o registro de cada parte sua. Mudos, nós dois. Num silêncio cheio de amor, meu.

Mas o que isso quer dizer? Nada.

Amor então, também acaba. Sem raiva. Sem rima. Sem vida.