Desejava
alguém, esse era o ponto central daquela angústia. Alguém com quem
dividisse as noites que flertavam com o frio de outono. E, se de fato
não havia frio nos dias e noites da estação, alguém que
aquecesse, então, o frio interno. Que fizesse barulho no silêncio
interno. Que quebrasse a rotina. Que colorisse as páginas. Que
energizasse o ambiente, antes purificado por uma mistura sem fim de
incensos e solidões. Desejava alguém, esse era o ponto central
daquela angústia.
Não
queria que o silêncio emudecesse os sonhos, mas isso era quase
inevitável. Também desejava sorrir toda alegria que há, escondida
em algum canto da imensidão do universo. Queria saber dos signos e
se afastar de quem tinha a Lua em escorpião – esses são
especialmente encantadores e perigosos. Mas esses são surpreendentemente mágicos.
Queria o mundo com tudo o que tem nele. Sorrisos, dores, vazios, paz, conquistas, lágrimas... Se firmar na intensidade de viver. Desejava alguém, esse era o ponto central daquela angústia. Alguém que tardava, mas alguém que existia. Tratava-se de esperança e fé. E fé, meu caro, é incontestável.
Queria o mundo com tudo o que tem nele. Sorrisos, dores, vazios, paz, conquistas, lágrimas... Se firmar na intensidade de viver. Desejava alguém, esse era o ponto central daquela angústia. Alguém que tardava, mas alguém que existia. Tratava-se de esperança e fé. E fé, meu caro, é incontestável.