06h23 da
manhã e a angústia de ter acordado em um dia atípico e errado. Culpei o inferno
astral do mês que antecede o 22º aniversário, mas no fundo nunca acreditei
nele, ainda que um tanto esotérico assim. Esqueci o fone em casa e não vou me
desligar do mundo, em um dia onde tudo o que eu queria era a voz de Gal. E
quando esquecer um fone te gera uma crise existencial, é porque alguma coisa
está fora da ordem. Seria a ausência do segundo Sol realinhando a órbita dos
planetas?
Analogia!
Descobri
que preciso de mais tempo livre do que imaginava ou o corpo exigia. Durmo 5 por
noite, como em horários irregulares. O corpo queixa. Estou sem ânimo para a
faculdade, mesmo tendo lá pessoas que são fonte de renovação da energia. Quis
ligar o foda-se, viajar para o Capão que eu não conheço, depois para uma ilha
grega. Quis um amante de sangue latino que fosse só paixão, sem amor. Depois um
amor num outono europeu que fosse também paixão. E dormir o sono sagrado que
alimenta de horizontes o tempo acordado de viver. De viver. No inverno te
proteger, no verão sair pra pescar. No outono te conhecer, primavera poder
gostar. No estio me derreter pra na chuva dançar e andar junto.
Quando
os muitos temores nascem do cansaço e da solidão, é a hora de parar e rever.
Quando há medo das horas seguintes, é hora de parar e rever. Porque não?
Porque
não há tempo livre para parar e rever. Então, esse texto foi em vão.