domingo, 15 de maio de 2011

Perfume Barato

Eu grito, me visto, me limpo, me rasgo. Você desvia o olhar para o horizonte em que nada acontece. Você adormece. É o que te resta. A mim, não. Eu grito, me visto, me limpo, me rasgo. Me banho num frasco inteiro de perfume barato, acendo velas, visto roupa nova. Você dorme. “É a chuva e o frio”, acredito. Não acredito, mas alimento a esperança. Volto para a chuva, e a visão da cidade vazia. Domingo, fim de noite, outono, e solidão acumulada. Eu, você dormindo, as fotos e as lembranças, o cigarro na metade, uma garrafa vazia, e os olhos borrados-vermelhos.

Quero escrever. Quero te dizer as muitas-coisas-entaladas, e você só dorme. Quero que leiam todo o sentimentalismo que pula do meu peito para o papel, e do papel para o lixo. É assim que tem que ser.

2 comentários:

  1. Suas palavras brilham e enchem meu peito de amor.

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  2. Eu leio, te vejo, te sinto, enlouqueço e grito:
    PORRA assim vc me mata!

    2 altos e bjos!

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