Deixo o dia ir embora. A casa se descolore dos tons solares do dia, e a solidão pede permissão para chegar. E eu deixo que ela fique. O som suave do vento batendo nas folhas, e Chico me contando seus segredos lindos, e indecentes. É tudo quase sempre escuro na sua ausência. Uns gritos chegando do mundo exterior me fazem lembrar a felicidade. O meu mundo é outro.
Deixo o dia ir embora. Calmo, sereno, com a obrigação cumprida. Deixo que vá, que venha a noite, e o céu-infinito de luzes estrelares. Nada sobre mim, além do vão do espaço da casa vazia de sentimentalidades. Faz frio aqui dentro, nessas noites de outono. Você me ensinou a abraçar a saudade como amiga. E eu a abraço, para que ela me maltrate com luxo, e certa simpatia. Nem wiskhy, nem cigarro, nem mais Chico. Quero a sobriedade desse momento, e a eternidade do pensamento bom em você. Só os versos, as pontes construídas entre os nossos quase olhares, e um dia de outono que chega ao fim. Em ti, em mim, aqui! Nessa sala que conhece nossos passos.
“Alguma dor? Talvez sim! A luz nasce na escuridão!”
Perfeito como sempre!
ResponderExcluirMe passa um pouco de criatividade, meu amor?
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